Nota de como anda 'aqui dentro'

quarta-feira, 2 de março de 2016 Nenhum comentário

Que dias hem! Tanta correria e a gente nem parece sair do lugar! Dias em que passado e presente/futuro tem lutado por espaço. O coração quase saí pela boca de tanta coisa ocupando esse espaço que é tão apertado. A ponto do coração romper, só sobra mesmo, o silêncio!
Existem lembranças que parecem romper a barreira do tempo. Falando em tempo, existem feridas que só ele mesmo pra curar. Existe algo que o tempo não possa curar? Existe algo que o amor não possa fazer esquecer? Existem gestos que possam fazer palavras serem esquecidas? Alguém me traga a fórmula pra conseguir olhar apenas para frente e ignorar as forças que me fazer olhas para trás. Que falta faz ter alguém que nos socorra desses afogamentos. Nenhuma mão estendida, nenhuma corda, nenhum bote! Nada. Apenas eu.
É difícil demais lutar contra si mesmo, e pior ainda, tentar compreender o nosso tempo. A caixa das lembranças tem sido aberta diversas vezes na semana, e a agenda com os afazeres pouco lida. Há um cansaço no peito por carregar coisas demais, pessoas demais, histórias demais. Resta a dúvida, fazer a limpa ou deixar como está, porque acha que, se mexer, as coisas podem se complicar? Tenho arriscado fazer a limpa mas não sei fazer curativos e acredito que não seja bom deixar feridas abertas assim, desse jeito. Calma. Tudo que é feito com calma, tem mais chances de dar certo!
Não procuro mais compreensão. Dizer o que há, não é mais necessário! Ninguém na verdade consegue compreender o coração do outro, mesmo que diga que sim. Mas o olhar, esse sim! Denuncia o que existe na alma. Porém tenho evitado olhar nos olhos! Existem guerras que só cabe a nós, e existem guerras que só cabe a outro transmitir a força que precisamos. Luto sozinha, esperando alguém gritar que, eu vou conseguir.
O tempo não volta, e o que foi escrito na areia vai sim, ficar pra sempre. Mas só que, é bom reduzir a quantidade de objetos guardados, pra dar espaço a novos, e o ambiente não ficar com essa cara assim: de passado.

 
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