Linha

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Pela primeira vez durante um bom tempo observo o futuro
Sem tantas amarras
Sem tanta bagagem
Sem tanta gente dentro de mim
Me parece ser uma das coisas que o poder do tempo faz:

Te puxa pro futuro
Te devolve a razão
Te obriga a ver as coisas como elas são

Se um dia alguém voltar atrás
Me traga lembranças daquele lugar
E notícias das pessoas
Eu quero saber como tudo está do lado de lá
Mas tenho certeza: jamais irei voltar

Debaixo do sol que caminho
Passos tão tortos
Rumo a um lugar imaginável porém desconhecido
E embora os dias não sejam mais mágicos
Sei que é pra onde devo ir

Cortar sua própria raiz para não morrer num solo ruim
Pode ser a única saída
Pra poder erguer os olhos e ver uma linha
Que ninguém nunca alcança por mais que ande
É a linha do futuro, do horizonte
E o horizonte é infinito

Enquanto eu sentir o sol queimar a pele
Terei caminhos a seguir

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